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🎶 playlist para ouvir em uma cabana na montanha


Antes de "curtir" as férias, nos pareceu essencial simplesmente descansar. Procuramos um lugar perfeito para isso. Uma cabana em dias frios, no meio de uma natureza específica: uma mata nativa de araucárias.

Florestas nativas possuem um sentimento especial para mim. Uma força de existir, que nos faz sentirmos pequenos, pedindo licença e gratos por sermos recebidos ali. E esperança, por reconhecermos sua força vital e sabermos que ainda existem pessoas preocupadas em criarem construções de baixo impacto em cidades turísticas.

Aliás, o lugar onde esta cabana está localizada é em Urubici. Um município rural de Santa Catarina, sul do Brasil, conhecido pelos noticiários como "a primeira cidade a nevar" em épocas invernais , pelos catarinenses como um dos lugares mais bonitos do estado e no geral, muito subestimado pelos brasileiros, porque, de fato, é um dos lugares mais lindos que eu já vi no mundo todo, e gostaria que todo brasileiro tivesse a oportunidade de apreciar. Urubici me lembrou um pouco da Islândia em sua magnitude montanhosa e calmaria nostálgica de uma época boa, que ficou para trás em muitos outros lugares.

Nossa cabana não tinha sinal de internet, TV, telefone, mas felizmente tinha luz e água quentinha, o que na verdade, é exatamente o que precisamos para viver em um lugar com poucos vizinhos e muitas plantações de repolho.

Levei um livro; somente um. A ideia era desintoxicar a mente, já que eu ficaria sem celular por 3 dias desde que descobri o smart phone, e confesso, estava morrendo de medo de colapsar de tédio. Mas, acreditem, isso não aconteceu. Levei o livro perfeito: "A vida secreta das árvores" , onde recebia informações interessantíssimas na companhia das minhas amigas verdes. Conversávamos sobre seus poderes e observava de perto como se alimentavam, proliferavam e organizavam suas famílias e parentes. Qualquer dúvida no livro, era só olhar para o lado e observar o repertório natural. Mais ou menos como um Goggle da vida real, só que este, cheio de energia positiva.

Aquele álbum digno de uma cabana no meio da floresta do Bon Iver tocou no repeat, rebatendo as notas musicais na acústica das paredes de madeira. Levamos um pão de fermentação natural, todas as frutas e legumes maduros que encontramos pelo caminho e ainda, no centro da cidadezinha poética, havia comida vegana do Futuro. SIM. O futuro chegou, onde a gente aluga um air bnb sustentável no meio da floresta e encontra comida vegana no mercadinho próximo.

Tomamos o MELHOR CAFÉ DE NOSSAS VIDAS, no El Torrador, onde a dona formada em cinema largou a cidade grande, criou um ambiente temático cinematográfico e ainda teve a "audácia" de oferecer um café de torra clara, torrado por ela mesma, em meio à cultura sulista do "café forte do Brasil". Audaciosa e certeira. Os grãos foram a lembrança mais deliciosa (e cheirosa) de Urubici que trouxemos para casa, além das fotos, claro!

Escrevendo esse post, revendo estas fotos, só me pergunto quando poderei voltar. Quando poderei me esquecer das necessidades tecnológicas por alguns dias e sentir novamente como é ter uma mente calma, tranquila, que vive o presente e não precisa de nada além de ser e estar.

Onde o conforto humano é simples e convive lado a lado com o conforto da natureza.

Com amor, Giovanna.



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A época que espero chegar o ano inteiro, mas que em 2023 vem acumulada de sonhos a se realizar, decisões boas, notícias legais, e tudo de leve que vinha fazendo falta desde 2020. É tanta coisa boa, que vira um acumulado.



Mesmo que bom, é importante fugir da ansiedade de celebrar o futuro e viver no presente, e no presente, tem colheita do pinhão no Paraná, e lá vou eu armazenar o máximo possível da minha semente proteica favorita no meu pequeno freezer, e criar receitas especiais no inverno.


Escondidinho de Pinhão é uma receita que o Diogo provou uma vez, e me descreveu como seria. Pela descrição, desenvolvi a minha receita, que é feita da maneira beeeeeeem slow living, especialmente no momento de descascar os pinhões, que eu faço manualmente. Essa é uma das belezas dos alimentos sazonais. Nos fazem celebrar o presente e a saudade que tínhamos de todos os processos e memórias afetivas, rodeadas pelo simples fazer.




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Atualizado: 6 de abr.

Um blog em 2023, chamado 2012, para celebrar o caminho do autoconhecimento criativo.



Me lembro como há 11 anos atrás, eu estava me sentindo bem, em um processo solitário de REconhecimento. Como era recém saída de um relacionamento abusivo e estava prestes a romper com tudo o que eu conhecia e me sustentava.

Sem a influência de ninguém, além de mim mesma, entrei em um processo de autoconhecimento, espiritualidade e liberdade, que me guiou entre os meus dias mais felizes.

E o caminho da minha liberdade se entrelaçou com arte


Em 2012, A banda Sucré lançou o "A Minor Bird", o álbum musical que abriu meu peito e apresentou os meus sentimentos mais profundos em notas musicais. Um ano depois, A Fine Frenzy lançou o "Pines", que cronologicamente contava a minha história de sofrimento, rompimento e renascimento, coisa que a Alison Sudol nem imagina, mas que não deixa de ser a minha realidade também. Me serviu perfeitamente.


Interessantemente, estes dois álbuns não estão disponíveis no Spotify BR, e eu preciso ouví-los através dos arquivos que baixei no computador, a partir dos CDS que comprei, que ficaram no meu quarto de solteira na casa dos meus pais.

Como os cliques são "muitos": "finder+ serach sucré+open file+open with itunes+play", eu tenho a tendência de ouvir o álbum inteiro de uma vez, na ordem cronológica das músicas e aí, é quando 2012 volta para mim...

E volta com amor. Olhar para 2012 hoje, é só aconchego. É recordar da esperança e a força que eu tinha dentro de mim para me reconhecer.

É lembrar das caminhadas no Horto Florestal, onde eu parecia sozinha por fora, mas estava completa por dentro.

É me lembrar das escolhas que tomei para ter coragem de trabalhar com o que eu acreditava e fazia sentido. É me lembrar do primeiro mapa conceitual que fiz para me "ver" através de imagens que eu amava e que até hoje, eu continuo amando. É recordar de como tomei conta da minha própria narrativa, me vendo como EU dizia quem eu era, sem medo.

E quanto mais tempo se passou desde 2012, mais as feridas cicatrizaram, a ponto de não aparecerem mais.

Naturalmente, como é a vida, em 11 anos muitas coisas aconteceram e mudaram, novas feridas foram sendo abertas, seja por motivos externos ou por mim mesma, mas a forma de lidar com elas foi diferente, e o crescimento sempre constante.

Algumas coisas boas ficaram para sempre em 2012, assim como os CDS, os blogs e a leveza do consumo e produção de conteúdo.


Mas hoje, as opções criativas dos streamings e as possibilidades infinitas da internet, alinhadas com a minha coragem de ser quem eu digo que sou, podem me ajudar a criar e a me expressar novamente, como eu digo que quero.

Então, é isso. Por hoje, eu quero ter um blog em 2023, chamado 2012, para celebrar o caminho do autoconhecimento criativo, mais uma vez.

com amor, gio.


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